terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Apanhando se aprende?

Estamos em contínuo aprendizado, um aprendizado nada fácil, onde os melhores frutos são colhidos após grandes desastres, como se as lágrimas derramadas fossem o mais eficiente dos adubos.

Tudo seria, infinitamente, melhor se a humanidade acreditasse, definitivamente, no valor da educação. Ao invés de aprender apanhando e de, tolamente, seguir à risca o velho método tentativa e erro, precisamos estudar mil vezes mais, conhecer melhor a natureza humana e o ambiente do qual somos totalmente dependentes. E repassar o conhecimento, sempre e continuamente.

Vivemos às avessas, sempre correndo atrás do tempo perdido e de reparar, a cada dia, o erro cometido ontem. Hoje, depois de estarmos doentes e obesos, soubemos que açúcar é prejudicial e que, em curto prazo, será fatal, combinado com carboidratos em tortas saturadas de gordura; que refrigerantes viciam e que, quanto menos comer e quanto mais meditar, se viverá com maior qualidade. Mas, quantos de nós sabemos? Uns poucos, os demais, continuarão a se envenenar, a sobrecarregar o sistema de saúde e se tornarão, a cada dia, menos produtivos e mais infelizes.

Depois de havermos devastado e poluído, descobrimos que boa parte dos danos provocados são irreparáveis e que, muito em breve, estaremos pagando o preço desses erros com escassez de alimentos, doenças e desordens climáticas.

Depois de havermos fechado os olhos para a miséria e a desigualdade, assistimos, perplexos, a violência das periferias das grandes metrópoles alcançar os guetos abastados... Sim, os bairros de classe média alta converteram-se em guetos, cercados de periferia por todos os lados, sem blindex, sem escudos suficientes...

Depois que conquistas tecnológicas fizeram, dos dias presentes, cenários dignos dos mais delirantes filmes de ficção científica, vivemos um paradoxo: quando o assunto é educação, ou o cenário é o do século passado, ou remete a filmes de ficção que retratam o pior dos futuros, com destruição e o retorno à selvageria.

Hoje, aqui no DF alunos incendiaram a sala de professores de uma escola pública, na cidade satélite do Gama, conforme noticiado no DF-TV, da Rede Globo:

"Fogo destrói livros e materiais de professores
Foram encontrados fósforos riscados no local. A polícia desconfia de um aluno.
O autor do atentado ameaçou por telefone. Depois, cumpriu a ameaça. A sala dos professores do Centro de Ensino Fundamental Nº 5, no Gama, foi incendiada nessa segunda-feira (15). O fogo queimou livros e materiais de trabalho. Os funcionários da escola disseram que havia fósforos riscados pelo chão, confirmando o atentado. A polícia já desconfia de um aluno."

Na 2ª Edição de ontem, 15/12, a notícia não era menos assombrosa:
"Menor é esfaqueado no Itapoã.Na escola pública da cidade, um aluno foi esfaqueado dentro da sala de aula. Agressor tentou fugir, mas foi pego pelos estudantes.
O dia era de confraternização de Natal no Centro de Ensino Fundamental Nº 1 do Itapoã. Mas a festa nem chegou a acontecer. Uma tentativa de homicídio fechou a escola."

Apanhando sem aprender!

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