terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal!

E, de novo, comemoramos o Natal. Eu, cá, me sinto privilegiada pois já são 65 natais. Nem sempre comemorei ao estilo que se impõe, com ceias fartas e grandes reuniões...Mas nunca experimentei qualquer frustração por escapar do contexto e seguir a rotina típica dos outros dias do ano. Muito pelo contrário.

Havia, sempre, a confraternização no ambiente de trabalho... Nessas, eu estava presente ... E, muitas vezes, me diverti, não pela festa em si mas por assistir os desentendimentos entre colegas de trabalho: brigas ridículas por mesquinharias do tipo "...se fulano participar, não vou entrar no "amigo oculto"..."; "...Comprei presente caro e ganhei essa porcaria...". Enfim, comédia pura! 

Lembro-me de um colega, fumante, que filava cigarros habitualmente... Na abertura do "amigo oculto", coitado, foi presenteado com um pacote de cigarros... Eram os idos de 80, quando fumar estava na moda.

O prazer de estar em família, entre amigos, não tem data e nunca sai de moda. O que faz falta é o ritual, todos gostamos de rituais, uns mais, outros menos...Uns gostam de festas, outros são mais reservados...

A todos os que vem me honrando, lendo esses meus escritos, um grande abraço, um Feliz Natal, o menos convencional possível, com muita verdade e muita fraternidade.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Liberdade, liberdade...

Há quem prefira o monocromático entediante: todos pensando identicamente, defendendo as mesmas certezas... Entendo que se deva respeitar até mesmo essa preferência...Mas somente até um certo limite. 

Afinal, quem repudia tudo o que é diferente está, sempre, a um passo do fanatismo, portanto, um risco potencial para o direito que nós, os outros, temos de gostar de todos os tons e sons que pontuam todas as expressões da natureza, tudo o que a nossa percepção consiga divisar. 

Acredito que exista uma certa preguiça mental nos que se refugiam na mesmice das certezas... Será que leem o suficiente, será que buscam informações? Provavelmente não... não querem expor suas convicções a outros pensamentos, não querem iluminar e arejar suas mentes sombrias. São alvos fáceis dos que "vendem" vantagens e milagres, apesar do que está previsto no art. 171 do Código Penal Brasileiro, que assim define o crime de estelionato:

"Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento."

É que a Constituição Federal ao assegurar, em seu art. 5º, a liberdade religiosa, indiretamente, dá abrigo a oportunistas que amealham fortunas iludindo esses incautos preguiçosos que se sujeitam a qualquer "cabresto", desde que permaneçam confortáveis em seus "cinquenta tons de cinza" (rrrsss).

"Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;". 

Por causa desses "preguiçosos", os demais correm risco de ter restringido seus direitos, assegurados pelo mesmo art. 5º.

E aí? Onde buscar socorro se nem a Constituição garante o que pretende garantir?

O Meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra, afirma o salmista (Salmo 121). 

Todavia, o Senhor, além do céu e da terra, criou o ser humano dotando-o de equipamento corporal e capacidade de pensar. Portanto, esse ser humano não deve depositar todas as suas expectativas aos pés do "Divino" a pretexto de, assim, eximir-se de suas responsabilidades.

Aliás, para quem busca, na Bíblia, todas as respostas e, a pretexto de segui-la ao pé da letra, constrange e persegue o seu semelhante...Nada mais surreal! Afinal, a bíblia é um verdadeiro manual de boas maneiras, ditando regras de convivência e respeito ao próximo, nas palavras do Mestre Jesus:

"...O que queres que vos faça, façais ao próximo... " (Mateus 7:12); 

"...Reconcilia-te com teu inimigo enquanto estás com ele no caminho..." (Mateus 5:25); 

"..tira primeiro a trave do teu olho e então cuidarás de tirar o argueiro do olho do teu irmão..." (Mateus 7:5);

"...Sede, pois, perfeitos como vosso pai que está nos céus, que faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos..." (Mateus 5:45).

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Gente chata...


Acho deplorável aquele tipo de criatura que gosta de se fazer de vitima, que busca ser o centro das atenções manipulando as emoções alheias... Dissimulados, cheios de desculpas esfarrapadas,  tudo o que esse tipo não quer é se dar ao trabalho de ser uma pessoa melhor, embora insista em vender uma imagem de “gente boa”.  Quem assim se coloca, não tem respeito próprio. Como ousa, então, pretender o respeito alheio?

Na vida privada, pessoas com esse perfil  logo são “descobertas” ... Suas historinhas repetitivas, onde o papel de vilão cabe sempre aos outros, são intragáveis aos ouvidos alheios; e, se não recorrem a uma terapia, acabam rejeitados, com exceções porque, como se diz “há sempre um chinelo velho para um pé doente.” rrrsss... E, se têm dinheiro, “compram” a atenção dos outros.

E na vida pública? Não são poucos os que se dizem perseguidos!  Vítimas da Imprensa, vítimas do preconceito das antigas elites... Quanta  desculpa  para continuar abarrotando o “caixa 2” de seus partidos!  É uma gente muito, muito chata!

Quem não se faz de coitado, odeia provocar a piedade alheia. Portanto, nutre natural aversão por essas pseudo-vítimas, não cai nesse verdadeiro "conto do vigário". 

Mas há os que vivem de alimentar esses “joguinhos”... Carentes que são, viram plateia cativa de historinhas mal contadas. E, infeliz coincidência, os que curtem essas “anedotas”, não raro, também apreciam receber favores.  Gente chata mesmo!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Roubar é crime.

"Se vos permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (João 8: 31 e 32). 

Jesus proferiu estas palavras na ocasião em que era provocado pelos escribas e fariseus que buscavam encontrar um pretexto para ter de que acusá-lo. Ou seja, Ele era indagado mas, habilmente, esquivava-se de resposta específica atendo-se à essência da sua pregação. Assim, Jesus confundia ao invés de ser confundido pelos fariseus.

A humanidade não mudou e os fariseus estão por toda a parte: no Brasil, ardilosos, procuram confundir aqueles que insistem em ter a honestidade como princípio, como valor que não se negocia.

É nesse contexto que se tornou corriqueiro ouvir teorias bem construídas, mas risíveis, em que se procura antagonizar a população brasileira dividindo-a em dois grupos, os que estariam a favor dos pobres e os que estariam contra os pobres.

Por exemplo: enxergar defeitos no governo petista é estar contra os pobres; condenar atos de corrupção praticados durante a administração petista é estar contra os pobres.

Outro estratagema que busca confundir é comparar atos de corrupção que teriam sido praticados pela administração passada aos atos agora investigados, praticados durante a administração petista. Ora, roubo é roubo e o responsável, seja de que partido for, precisa ser punido. O roubo, ainda que comprovado, praticado em administrações passadas, não torna tolerável o roubo que se pratique agora. Não se justifica o próprio erro apontando o erro alheio.

Para quem está atento à "palavra", o que importa é a verdade (João 8:31 e 32): roubar é crime, fraudar é crime. O resto é "teatro" de péssima qualidade.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Rapapés e salamaleques: fanatismo na política

Iniciado o julgamento da ação penal 470, ou julgamento dos mensaleiros, verifica-se um  movimento, na Internet, em que indivíduos ligados a um partido político procuram desmoralizar o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel.

Há uma grande diferença entre criticar, apontando falhas e, simplesmente, depreciar, debochar, ridicularizar. Eu tenho por mim que o trabalho honesto merece respeito. Aliás, o Procurador, conforme registra sua biografia, ingressou no Ministério Público, por concurso público, em 1982, ou seja, tem dedicado a vida à essa carreira.

Não seria de estranhar que políticos pertencentes a castas privilegiadas, ditas oligarquias, manifestassem menosprezo pelo trabalho e por trabalhadores... Mas o que dizer de pessoas comuns que estão usando a web para atacar, raivosamente, um servidor público que está, tão somente, se desincumbindo de suas tarefas? A que ponto chegará esse fanatismo da política?

Estamos em vias de mergulhar no obscurantismo, retrocedendo, a passos largos, para a Idade Média... As liberdades serão extintas, seremos, todos, obrigados a "rezar o mesmo credo", a aplaudir um único líder, com muitos "rapapés e salamaleques", teremos que chorar convulsivamente quando "ele" morrer, como fizeram os infelizes coreanos quando morreu Kim Jong-Il... Seremos obrigados à unanimidade, sem discordâncias, sem discussão... Muito Chato, muito opressivo.

Lamentavelmente, há muitos que se sentem atraídos pelas personalidades autoritárias, gostam de rapapés, de vassalagem, gostam de não pensar... Não é à toa que se diz que cada povo tem o governo que merece.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Por que a qualificação e a sanidade mental de governantes não são avaliadas?

Hoje, dia histórico em que o STF inicia o julgamento dos "mensaleiros", fiquemos a postos, na torcida, como se fosse uma copa do mundo, contra os ladrões e pela vitória do bom senso, da vergonha na cara, torcendo, em resumo, pelo fim definitivo da impunidade.

Aqui, também, há castas. Diferentemente da Índia, porém, os que estão no topo da pirâmide social, detentores de todo o poder e de toda a riqueza, é que são uma espécie de intocáveis. Talvez seja mais correto afirmar que estão, de fato, fora da pirâmide, efetivamente intocáveis porque tudo lhes é permitido, pairam acima do bem e do mal.

Mas os "párias" daqui, ou seja, todos nós que não estamos no topo da pirâmide, é que são submetidos aos "rigores da lei". Somos párias, na medida em que temos sido alijados de tantos direitos básicos como saúde, educação, segurança e, até, do direito à justiça! Paradoxalmente, insistimos na auto-denominação de cidadãos.

O curioso é que qualquer de nós precisa comprovar e demonstrar aptidão e experiência para o exercício profissional, seja na esfera pública, seja na esfera privada. Precisamos provar que somos decentes e confiáveis. Para o exercício de mandatos políticos e de cargos públicos, designados como cargos de confiança, nada se exige. Então, desqualificados e bandidos vem tomando de assalto a administração pública.

Por isso temos, hoje, um julgamento de políticos no STF; porque, na política, é permitido o ingresso de mal feitores, porque não há um processo seletivo que exclua incompetentes, bandidos e os mentalmente incapazes, porque indivíduos obcecados por dinheiro e poder, tão loucos quanto qualquer outro viciado, jamais poderiam ser admitidos na gestão pública: psicopatas, debiloides, imbecis que não enxergam nada além do próprio umbigo.

Enfim, precisamos que se faça justiça, ao melhor estilo bateu? Levou! 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Um tabu: tratar a saúde mental

Três fatos, odiosamente corriqueiros, frequentam as manchetes dos jornais, em nosso país: as agressões a crianças, por pais e padastros, o assassinato de mulheres, por ex-companheiros, os desvios de recursos do orçamento público, por políticos e administradores. A covardia extrema é a marca desses comportamentos criminosos pois a vítima é surpreendida em completa fragilidade; seja o cidadão, traído por quem elegeu; seja a mulher, a mercê da insanidade machista; seja a criança, completamente desamparada no ambiente doméstico em que que deveria ter garantido o seu crescimento saudável.

A quantidade de mulheres assassinadas e de crianças agredidas, e muitas não resistem aos traumas sofridos, é assombrosa. Parece haver muitos "loucos" à solta. Na minha avaliação de leiga, trata-se de claro sintoma de desequilíbrio mental e emocional. A saúde mental da população deveria ser preocupação primordial do Ministério da Saúde. Contudo, não temos uma política pública para a saúde mental. O que temos é um imenso preconceito quanto ao tema "tratamento psiquiátrico e psicológico"; e todos se apressam em assegurar a própria sanidade mental, psíquica e emocional. Mas, como já disse o poeta Caetano Veloso "...De perto, ninguém é normal..."

E, o pior é que, mesmo para os que admitem a necessidade de apoio terapêutico, não há socorro à vista,  a não ser para os que detenham poder aquisitivo compatível com o alto custo das terapias. Ainda na minha avaliação de leiga, acredito que todos nós, absolutamente todos, precisamos de consultas periódicas com Psicólogos/Psiquiatras como rotina de saúde, da mesma forma com que frequentamos outros profissionais da Medicina. Mas isso é um tabu! Quantos de nós teríamos, em nossas jornadas de trabalho, comparecido ao RH da empresa, portando um atestado de um Psicólogo recomendando o afastamento por um dia, dois ou mais? No entanto, o próprio ambiente de trabalho é, muitas vezes, desestabilizador, verdadeira "fábrica de loucos". Busca-se o apaziguamento das inquietações nos "happy hour", com muita bebida. E, após "tranquilizados", os "doentes" retornam a seus lares onde, não raro, a família vira "saco de pancada".

Esse é o processo para muitos, dentre a maioria de nós, pobres mortais. Mas, o que dizer das altas autoridades que, em surto de ganância doentia, roubam o que pertence à coletividade, e se desculpam cinicamente alegando se tratar de "caixa 2"? Esses tem dinheiro de sobra para tratamento; mas qual, dentre todos, se auto-avaliará incapaz de administrar em decorrência da compulsão que têm por roubar?

Talvez Freud tenha razão, em sua teoria do desenvolvimento psicossexual, quanto aos desvios de personalidade como resultado de rupturas no amadurecimento da sexualidade. Por que tantas agressões são preferencialmente dirigidas a mulheres e crianças, por homens adultos? Por que a ganância masculina desmedida, consumada com a conquista do poder econômico e político, é coroada com a "conquista" de muitos elementos do sexo feminino? No baixo mundo da política, os poderosos colecionam amantes e desvios de conduta. E aqueles que, pela vida a fora,  tendo desfraldado a bandeira de repúdio ao homossexualismo, são descobertos em sua inclinação sexual secreta? Por que a excessiva preocupação, de muitos, com a inclinação sexual alheia?

sexta-feira, 1 de junho de 2012

São Jorge, livrai-nos dos ególatras insanos...

São Jorge, livrai-nos dos ególatras insanos, narcisistas que arrebanham para si a riqueza do mundo;  e livrai-os, a eles, da ganância desmedida que os escraviza.

Estou surpresa com a quantidades de acessos no post "São Bento, livrai-nos dos corruptos"... Lembrei de postagem do dia 20/04, em que critiquei o interesse de internautas por superficialidades e afirmei: se quiser dar IBOPE, na Internet, é só focar questões cosméticas.

Então, me retrato; muitos buscaram, aqui, a oração em que apelei a São Bento contra os corruptos. Vamos apelar, também, para São Jorge.

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Ó São Jorge, meu guerreiro, invencível na Fé em Deus, que trazeis em vosso rosto a esperança e confiança abra os meus caminhos. Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer algum mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrar. Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, a Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel cavalo meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Ajudai-me a superar todo o desanimo e alcançar a graça que tanto preciso: (fazei aqui o seu pedido) Dai-me coragem e esperança fortalecei minha FÉ e auxiliai-me nesta necessidade.  Com o poder de Deus, de Jesus Cristo e do Divino Espírito Santo. Amém!
São Jorge rogai por nós!


É bom abrir os olhos contra todo e qualquer preconceito, contra todo e qualquer fanatismo. A palavra é: "Aquilo que queres que os homens vós façam, fazei-o também a eles" (Mt, 7:12).

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Nazismo ainda vive, seja lá o nome que tenha, hoje

Às vezes, acontece de eu tratar um tema de forma sucinta, planejando, porém, retomar o assunto pouco depois de postá-lo, para complementações e conclusões. Mas a falta de tempo não permite...E os dias vão passando...E perco o fio da meada, a linha de raciocínio, a inspiração... Ou outras ideias, outros fatos se impõem, atropelando o tema anterior. No caso da  "Marcha da Morte", deu-se o inverso pois o tema "holocausto" é que se impunha sobre os outros...Depois de ler o relato de Michael Stivelman, entrevista publicada na Revista "O globo" da semana, deparei-me com o mesmo assunto quando folheava revistas velhas que pretendia descartar...Era a entrevista de outro sobrevivente, Alexander Liberman; e completei o texto citando outro "holocausto", a matança de milhões de cambojanos, também "escravizados" em campos de concentração, durante a ditadura do grupo comunista denominado Khmer Vermelho.

Um artigo da jornalista Cora Rónai, publicado no Jornal "O Globo", no último dia 24/05, me fez retornar ao assunto. Ela comenta o livro "Fuga do Campo 14", em que a autora, Blaine Harden, narra a jornada de um prisioneiro, Shin Dong-Hyuk, que nasceu e cresceu em um campo de concentração, na Coréia do Norte e que, aos treze anos, assistiu a execução da mãe e do irmão, delatados em seus planos de fuga.

Cora Rónai é enfática: "...é um livro terrível, mas fascinante. Devia ser leitura obrigatória para quem ainda vê estados totalitários com bons olhos..."

É óbvio que ela tem razão. Quando falamos em Nazismo e holocausto, o fazemos como se estivéssemos abordando um fato histórico, encerrado no passado e na memória desses sobreviventes. No entanto, o modus operandi nazista subsiste, é um mal contemporâneo, seja o autor o Khmer Vermelho cambojano, na década de 70, seja a Coréia do Norte nos dias presentes...

Recentemente, todos nos surpreendemos quando o povo da Coréia do Norte verteu rios de lágrimas pelo ditador Kim Jong-il, morto em dezembro de 2011. Assistimos a cenas patéticas, beirando a farsa, em que era evidente a  necessidade da lacrimejante população de demonstrar imensa dor, talvez para convencer possíveis espiões do governo da sinceridade de sentimentos que nutriam pelo defunto mas que, para os olhos atentos do expectador do Ocidente, estampou o terror e a falta de liberdade dessas pessoas.

É. Tem gente que acha bonito ser feio, que acredita que regimes totalitários tenham algo a oferecer, que possam varrer do mapa, a corrupção...

Esse tema não quer me abandonar, ou sou eu que me atenho ao assunto e, assim, o atraio...
Tanto que, hoje, sem que tivesse programado, assisti a um documentário sobre a luta de uma outra sobrevivente, a herdeira judia  Maria Altmann,  para recuperar telas do pintor austríaco Gustav Klimt, pertencentes ao acervo de seus ascendentes, a família Bloch-Bauer, expropriados de seus bens, na Áustria, durante a segunda guerra mundial. Somente em 2006, depois de batalha judicial movida, na Suprema Corte dos Estados Unidos, contra o Governo Austríaco, conseguiu recuperar as telas! Impressionante porque o documentário revelou, com provas fartas, que todos sabiam, desse, e de muitos outros saques! Havia, até, uma casa de leilões onde os bens confiscados eram adquiridos por aqueles que, não se compadecendo das vítimas do nazismo, aproveitavam as pechinchas. Escrúpulo, zero!

Segundo o documentário, algumas famílias que, nos dias de hoje, desfilam prestígio e probidade, construíram seus patrimônios sobre o sangue de judeus europeus, fazendo vistas grossas à origem dos bens saqueados pelos nazistas que, se dizendo a raça superior, se comportavam como reles ladrões e assassinos.


E, aqui, mais uma notícia sobre um outro julgamento, onde um tribunal alemão obrigou nazistas a devolver obras de artes roubadas, há mais de 70 anos, avaliadas em 5,66 milhões de dólares.

Não é demais reiterar: É bom abrir os olhos contra todo e qualquer preconceito, contra todo e qualquer fanatismo. A palavra é: "Aquilo que queres que os homens vós façam, fazei-o também a eles" (Mt, 7:12).

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A Marcha da Morte

Dois relatos publicados, na Revista "O Globo", de sobreviventes do Holocausto, colocam o leitor em contato com atrocidades praticadas pelo nazismo. Por mais que já se saiba do que é capaz certa categoria de seres humanos, quando alçada ao poder, a crueldade dos nazistas sempre surpreende e horroriza.

Michael Stivelman, um sobrevivente,  é autor do livro "A marcha da Morte", publicado recentemente, em que narra o horror vivido, ainda aos treze anos de idade, quando foi submetido, junto com um grupo de judeus poloneses, a uma caminhada forçada de 1500 KM. Ao longo do percurso, eram chicoteados, apedrejados, morriam pelo caminho e seus corpos eram deixados aos abutres ou sepultados em cova rasa. Essas marchas se tornaram comuns, ao final de 2ª guerra, quando milhões de judeus foram deslocados entre cidades, em mais uma tática de extermínio nazista.

O outro testemunho é de Alexander Liberman, publicado em 02/05/2010. Esse sobrevivente, depois de ter presenciado nazistas assassinando a irmã de apenas seis meses, juntou-se aos que combatiam o Nazismo, tornando-se soldado aos nove anos de idade. Sobreviveu a sete campos de concentração e fez parte da tropa de elite do exército israelense. Veja o relato no Guia do Estudante

Não faz muito tempo, na década de 70, outro louco fanático, o cambojano Pol Pot, comandou o assassinato de milhões de patrícios, obrigados a abandonar a capital (Phnom Penh) do Camboja, pequeno país localizado no Sudeste da Asia,  e migrar para a área rural para trabalhar em plantações de arroz, convertidas em verdadeiros campos de concentração

É de atemorizar. Afinal, nunca sabemos quantos "Hitler" estão por aí, despidos de qualquer compaixão, à espreita de exercer o sadismo típico de mentes doentias.

É bom abrir os olhos contra todo e qualquer preconceito, contra todo e qualquer fanatismo. A palavra é: "Aquilo que queres que os homens vós façam, fazei-o também a eles" (Mt, 7:12).

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Oração de São Bento

São Bento, livrai-nos dos corruptos que se instalaram no Poder e que, amparados pelo Poder, perpetuam suas maquinações e iniquidades.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"Amar é faculdade, cuidar é dever."

É possível obrigar um pai a ser pai?, indaga, Eliane Brum, em sua coluna semanal da "Revista Época. "...é possível – e desejável – que um pai seja condenado por falta de afeto?

E vai mais longe, em suas considerações, a ponto de classificar como "frase de efeito" manifestação da Ministra Nancy Andrighi que, ao decidir pelo cabimento do pleito em que se cobrava  indenização por abandono afetivo, ponderou que:

"Amar é faculdade, cuidar é dever”.

Claramente não se trata de frase de efeito. Basta lembrar que há tantas coisas que fazemos a contragosto, por senso de dever, por necessidade...

Acontece, por exemplo, em relação ao trabalho: quantos de nós está em condições de escolher ganhar o pão de cada dia fazendo aquilo que gosta? E, quantas vezes, no dia após dia, aprendemos a gostar do trabalho que fazemos? Gradativamente, vamos desenvolvendo talentos e habilidades insuspeitadas, vamos nos surpreendendo e descobrindo que, afinal, aquela aversão inicial tinha por causa a nossa ignorância e falta de habilidade, era mais uma espécie de "medo do desconhecido".

Quase todos temos alguém que depende de nós...do produto do nosso trabalho. E o senso de dever precisa falar mais alto do que os desejos e preferências pessoais. Quanto a amar, é sempre uma possibilidade. "Amar se aprende amando." sentenciou o poeta Carlos Drummond de Andrade.

Eliane Brum entende que a decisão da Justiça "Talvez abra caminho também para injustiças... Uma indenização não muda sentimentos...Não obriga ninguém a passar a amar... Ao contrário, azeda uma aproximação futura..."

As injustiças, independentemente dessa decisão, estão aí...Desde sempre, filhos nascidos fora de uniões oficiais, os "bastardos", foram desprezados e humilhados. A reparação, portanto, é bem vinda, é um incentivo a responsabilidade nas relações. E, quem se sabe incapaz de amar, que não ponha filhos no mundo. Se o fizer, que assuma, ao menos, as obrigações básicas do tipo, comparecer a reuniões na escola, cumprimentar pelos sucessos e incentivar os estudos, parabenizar e presentear nos aniversários, assistir quando estiver doente...E, se não assumir, que pague por isso.

O que se nota, nesse caso e em outros que ganharam as manchetes dos jornais (filha do Pelé e filha do falecido vice-presidente José de Alencar), é um terrível preconceito contra a mulher, aquela que se deitou sem as bençãos de uma união formal, e cuja gravidez criou algum embaraço para o homem, que se torna pai a contragosto... E o preconceito, a hipocrisia, desaba sobre quem não pediu para nascer. É uma espécie de vergonha às avessas, onde o homem, pretendendo passar a imagem de correção, recusa-se a assumir o filho publicamente.

sábado, 5 de maio de 2012

Abandono afetivo: uma questão de educação

A condenação de um pai, por abandono afetivo, é uma revolução em decisões da Justiça, sempre restrita a questões de ordem material não só pela lacuna existente na legislação que regula as relações familiares mas também porque é difícil aferir a qualidade e a quantidade dos sentimentos com o objetivo de descobrir qual seria o correspondente pecuniário, para o ressarcimento de quem sofreu o abandono.

Mas a Justiça, e também a legislação, vem progredindo nesse terreno muito mais do que a educação e os costumes. Tanto é que a Justiça identificou e tem atuado em um problema que é totalmente da esfera da educação, do caráter e de saúde mental: a denominada “alienação parental”. Como é que um pai, ou uma mãe, se permite praticar crueldades contra o próprio filho, indefeso e inocente, simplesmente para punir o ex-parceiro?

Cabe à mulher importante papel nessa "revolução", mas do que à Justiça. Afinal, somos mães, educadoras, temos grande poder na formação dos nossos filhos homens. E o que tem feito as mulheres, nesse particular? A mulher tem usufruído da liberdade de por fim a um relacionamento, de iniciar outros... E quanto a interferir e cobrar do companheiro que não abandone os filhos da relação anterior?

Na minha experiência pessoal, vejo que as mulheres são egoístas, possessivas, ciumentas, mesquinhas... Não querem compartilhar o atual marido com filhos da relação anterior, não querem dividir o dinheiro... Então, dão péssimo exemplo aos próprios filhos. E todos sabemos da força que tem o exemplo.

É bastante comum que mães "pseudo-protetoras" incentivem seus filhos homens em atitudes machistas e preconceituosas contra namoradas, contra filhos nascidos de uniões informais, ou filhos de casamentos desfeitos. Há mulheres extremamente cruéis, falsamente moralistas e conservadoras. Esquecem do famoso telhado de vidro, esquecem do dia de amanhã e insistem em ignorar que são, também, agentes de transformação e da construção de um futuro mais justo para todas as mulheres. Afinal, temos tudo a perder quando educamos homens para discriminar e abandonar filhos. E as mulheres, sempre tão dadas a praticar a religião, a frequentar igrejas e a cumprir seus rituais, por que esqueceriam Mateus 7: 12 e 1 Coríntios 6:12?

Mateus 7:12 ,"Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles;"

1 Coríntios 6:12 - “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm. Todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarem dominar por nenhuma delas.”

Afinal, tanto quanto o Bullying e o assédio moral, o abandono afetivo é coisa de canalhas, uma afronta aos mandamentos cristãos.

Uma boa reflexão para o dia das mães.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bateu? Levou.

Entre os dias 28/11 e 01/12, usei este espaço para desabafar a minha indignação contra a Justiça Brasileira: Se a justiça, no Brasil, tarda e falha e se a União comporta-se como litigante de má fé, o que nos restaria?  Mateus, 5,20: Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no reino dos céus.

Certamente, podemos ter absoluta confiança na Justiça Divina. Mas, nem por isso, devemos admitir a prática recorrente da injustiça, aqui e agora, na expectativa do que estaria por vir, em um plano espiritual.

Essa justiça, de que nos falou Jesus, é o modelo a ser perseguido imediatamente. Ou não existirá futuro. Obviamente, o exemplo precisaria vir de cima,  o Estado deveria aplicar a justiça, em todas as circunstâncias, seja a justiça social, seja a justiça no sentido estrito da palavra. Resumindo, no bom e claro português: bateu? Levou.

Quem pratica o crime, contra a vida ou patrimônio de terceiros, precisa ser punido. No entanto, a ideia de punição se perdeu na mesma medida em que o cinismo se tornou corriqueiro, substituindo a vergonha, o arrependimento e a consciência do próprio erro.

Arnaldo Jabour, em sua coluna no "O Globo", de hoje, resume bem os dias presentes:

"...com a ridícula liberdade para irrelevâncias, temos o indivíduo absolutamente desamparado, sem rumo ético. Isso leva a um narcisismo desabrido, que se torna um mecanismo de defesa. Diante do espetáculo da violência, diante dos cadáveres da miséria, do cinismo corrupto, somos levados a endurecer o coração, endurecer os olhos, para vencer na vida competitiva ou seremos tirados "de linha" como um carro velho. E aí surge o problema: Se não há um Mal claro, como seremos bons? O Mal é sempre o 'outro'. Nunca somos nós. Ninguém diz, de fronte alta: "Eu sou o mal!" Ou: "Muito prazer, Diabo de Oliveira...""
E, é fato, ninguém se assume; temos testemunhado o descaramento dos protagonistas dos mais recentes escândalos, que reafirmam inocência, mesmo depois de os noticiários de TV terem reproduzido gravações de conversas claramente comprometedoras. São crimes praticados no atacado, que prejudicam toda a sociedade. Inclusive porque,  perpetrados abertamente, como se normal fosse, induz à crença de que, em algumas circunstâncias, pode ser lícito roubar.

É muita CPI, muita discussão e nenhum resultado. Todos ficam livres para usufruir o produto do roubo. E ainda elegem familiares, filhos, mulheres, genros, toda a parentada, uma "aristocracia" de ladrões. E já não compram somente os políticos, até partidos estariam à venda. Pelo menos é o que indica a gravação veiculada no JN de hoje, que revela a negociação para compra de PRTB - Partido Renovador Trabalhista Brasileiro.

Enquanto isso, o Brasil continua muito bem posicionado em rankings dos quais é vergonhoso ocupar as primeiras colocações: ocupa, há três anos, o 1º lugar no consumo de agrotóxicos, no mundo.

Parece que o tal "Diabo de Oliveira" encarnou em alguns brasileiros. AAFFFFF!!!!!

Precisamos mandar "Diabo de Oliveira" de volta ao inferno: bateu? Levou.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobra tecnologia, falta comprometimento, falta gerência....

"O acesso a “toda e qualquer informação” não substitui a competência prévia para saber qual informação procurar e que uso fazer desta...” (Dominique Wolton). Essa frase diz muito, embora não indique rumos e soluções, apenas provoca, enquanto a máxima "sempre se fez assim", induz à crença de que tudo está como deve ser, não admite provocação, discussão, é o conservadorismo, é a imobilização.

O que faltaria a um ambiente de repartição pública onde o lema fosse "sempre se fez assim"? Mais tecnologia, mais sistemas informatizados?

Em postagem anterior, Corruptos x servidores públicos, arrisquei identificar o que falta: "Falta o essencial, ao exército de servidores públicos, que tem acesso a um padrão de vida inacessível à maioria da população brasileira. Falta o que sobra aos corruptos: ambição e garra. Corruptos atropelam as necessidades da sociedade em que se acham inseridos porque são incontentáveis em suas metas pessoais. Já o exército de servidores públicos, satisfeitos na mediocridade, não ousam exercer o próprio ofício para construir um estado mais justo, que utilize os impostos que arrecada na prestação de serviços de qualidade. O servidor público, apesar de tantos concursos, tantos anos de estudo, tornou-se um alienado."

Arrisquei, também, identificar uma espécie de torpor (ou seria temor?) que estaria imobilizando, inexplicavelmente, esse contingente de profissionais: "...Nas empresas privadas, que demitem quando querem, há espaço para discussão, para a discordância. E na repartição pública? Não haveria? Todos estariam obrigados a compactuar com deslizes e descuidos que abrem portas para o ladrão do dinheiro público?

Sempre se fez assim exclui a "competência prévia para saber qual informação procurar e que uso fazer desta". Não há sistema informatizado, não há tecnologia capaz de de dar cabo de tarefas e atribuições onde os "pensantes" repudiem o ato de pensar. Vale enunciar o óbvio: tecnologias, por mais sofisticadas, não excluem a intervenção de seres humanos dotados de raciocínio.

A tecnologia abunda; e a imbecilidade, idem. E a administração? Afunda.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Sempre se fez assim..."

Ao nascermos, encontramos um mundo pronto para ser usufruído, construído por nossos ancestrais. Não começaremos nada do zero, tudo nos será transmitido, por nossos pais, familiares e professores, na experiência que identificamos como "processo ensino-aprendizagem".

Obviamente, não reinventaremos a roda. E, obviamente, não poderíamos ignorar o conhecimento de gerações que se profissionalizaram antes de nós, sob pena de mergulharmos no nada, literalmente. Essa constatação, completamente verdadeira, mostra como é pouco razoável a arrogância de quem se recusa a ouvir aqueles que conhecem o próprio ofício há décadas.

É incrível ouvir pessoas jovens, recém chegadas a uma grande organização dizendo "Aqui, sempre se fez assim". Sempre, desde quando? Exatamente em que momento e por que razões se escolheu "fazer assim"?

A trajetória de uma grande empresa, de uma grande e complexa estrutura se mede em décadas, em séculos. Alias, quando foi fundado o Estado Brasileiro? Em quantos séculos se constrói um estado democrático? Qual a idade de algumas normas que regulam certos setores da vida nacional?

A expressão "sempre se fez assim", não faz o menor sentido, em nenhuma circunstância. Ao contrário, tudo está, sempre, em construção, continuamente, um movimento desencadeando o outro, uma mudança amarrando a próxima... Se há lacunas, são apenas aparentes, significa que os atores de um determinado cenário deixaram de estudar o próprio texto e o respectivo contexto. Ou seja, a lacuna é na capacitação de profissionais que, no entanto, se julgam aptos e não admitem a própria desinformação.

E, não há dúvida de que, nesse vácuo, as sementes da ignorância frutificarão equívocos de difícil reparação, prejuízos para coletividades, prejuízos para o cidadão... ou prejuízos para o patrão.

No entanto, se vivemos na sociedade da informação, se tudo está escrito, se todas as experiências estão registradas, por que não buscar respostas mais adequadas e elaboradas do que, simplesmente, afirmar "sempre se fez assim"? Bastaria usar a capacidade de pensar, de questionar... Basta, hoje em dia, acionar um botão e um sistema de buscas virtual indicará várias possibilidades.... E, sobretudo, por que não ouvir quem conhece o tema? A arrogância não permite.

Assim como tem gente que acha bonito ser feio, tem gente que se acha "tudo", completo, repleto, sem espaço para aprender porque "sempre se fez assim.".

"Sempre se fez assim" pertence à categoria das "palavrinhas mágicas", ao estilo "abracadabra", permite encerrar qualquer discussão e "resolver", sem conflito, problemas de gamas as mais variadas. É a clássica postura de quem espera segurança edificando em alicerces de areia: um dia, a casa cai.

Lembrando o cientista político francês Dominique Wolton: “O acesso a “toda e qualquer informação” não substitui a competência prévia, para saber qual informação procurar e que uso fazer desta...”.

Não se espera, de profissionais qualificados, que se limitem em falso conforto, renunciando à busca e ao raciocínio lógico. Esse exercício pode ser difícil, trabalhoso, mas é saudável e necessário. Afinal, esse exercício justificaria a remuneração que esperamos receber, a cada jornada de trabalho.

sábado, 21 de abril de 2012

Assédio no STF?!

Como disse a jornalista Ruth de Aquino "Só afortunados jamais tiveram de engolir, no dia a dia da profissão, um chefe arrogante e cruel."

E eu diria à Ruth de Aquino que nós, os negros, somos alvos preferidos porque, com muita frequência, somos vistos e tratados como inferiores.

No último número da Revista Época, a jornalista discorreu sobre o comportamento do "mau lider", personificando-o na figura do juiz Adeildo Lemos de Sá Cruz, do Tribunal de Justiça do Recife, punido por assediar e humilhar os subordinados. Aliás, não é tão raro que membros do Poder Judiciário sejam surpreendidos no ato de assediar o próximo. Quem não se lembra daquele Ministro do STJ que tentou impedir um estagiário de usar um caixa eletrônico, instalado nas dependências daquela Casa, por que ali não seria o "seu lugar"?

Leiam a história absurda, no Blog do Jornalista Noblat.

A surpresa está em constatar que, até no STF, se repita esse padrão: O assédio, dentro do STF, pode? O Ministro Joaquim Barbosa reagiu à altura. Agora, vem o Ministro Marco Aurélio cobrar ordem na casa... Por que não o fez quando Joaquim Barbosa estava sendo importunado por estar afastado, em licença médica?

Mas a literatura sobre o assunto, que eu saiba, não registra caso de assédio entre os que se consideram iguais porque o assédio se caracteriza, exatamente, pela condição de superioridade do assediador, em relação ao assediado, o que lhe permite infernizar subordinados e pessoas que, de alguma forma, se encontrem em situações desfavoráveis, dependentes...

Contudo, no caso do Ministro Joaquim Barbosa, o que transparece, de sua entrevista ao Jornal "O Globo", é que o Ministro Peluzo teria criado situações de constrangimento para um seu igual.

Disse o Ministro Joaquim Barbosa:

 "...quando me afastei por dois meses para tratamento intensivo em São Paulo, questionou a minha licença médica e, veja que ridículo, aventou a possibilidade de eu ser aposentado compulsoriamente. Foi ele quem, no segundo semestre do ano passado, após eu me submeter a uma cirurgia dificílima (de quadril), que me deixou vários meses sem poder andar, ignorava o fato e insistia em colocar processos meus na pauta de julgamento para forçar a minha ida ao plenário, pouco importando se a minha condição o permitia ou não...."

Se os fatos se passaram dessa forma... O que pensar?

E é um fato que, o negro, quando reage a insultos e a brincadeiras desrespeitosas, é chamado de ressentido, complexado... No passado recente, as mulheres que questionassem as limitações que lhes eram impostas eram tratadas como doentes psiquiátricas, histéricas.

O opressor espera que o oprimido se acomode, se sujeite.


   

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Abracadabra: educação

Eis a verdadeira palavrinha mágica: educação.

Quando o assunto é saúde, a palavra mágica é nutrição. A escolha deliberada, planejada, de uma alimentação saudável traz a cura de doenças instaladas e previne as futuras; hoje, não só os profissionais de saúde, mas todos os que tem acesso à informação, reconhecem essa evidência: quanto mais sal, gordura, açúcar, embutidos...quanto menos saúde.

Mas, se a questão for a obsessão pela imagem, a posse dessas informações não será de muita valia. Uma alimentação moderada não cura males psíquicos e emocionais e o obcecado fará da vida um verdadeiro inferno, eternamente insatisfeito com a própria aparência.

O poder absoluto é da educação, essa é a palavrinha mágica que reina sobre todas as outras. Ter educação resulta em enxergar melhor a si mesmo, os outros e o próprio espaço, em ter discernimento para escolher e decidir de forma adequada às próprias necessidades.

Há pessoas que fazem suas escolhas com absoluto desprezo pelos outros; mais tarde ou mais cedo, terão suas colheitas porque, afinal, ninguém escapa do contexto criado ("A semeadura é livre mas a colheita é obrigatória"): são mal educados, despreparados para viver em coletividade, aplicam golpes e se orgulham por surpreender os incautos; pequenos meliantes ou grandes falsários se igualam, na essência: se "acham" e sempre têm um bom argumento para justificar a própria safadeza, diante de si mesmo e dos outros. É aquela história: tem gente que acha bonito ser feio. Esse tipo, de certa forma, também é obcecado pela imagem.

Somente a educação revela aos nossos olhos o que, antes, parecia oculto, mostra além das aparências; e suscita o gosto pela verdade, mesmo as mais indigestas. Na medida da nossa educação, se dá o repúdio às "novelinhas" e às "armações" que o cotidiano tenta nos empurrar goela abaixo...Quem está na real detesta se iludir e jamais iludirá o seu próximo.

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (João:32)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

ABRACADABRA, PMMA, ou Bioplastia, ou ...

Comentei, recentemente, a minha surpresa em constatar o grande número de acessos de uma postagem em que o tema que abordei foi o amor, ou melhor, a falta de amor ou, para ser ainda mais precisa, o meu tema consistiu em manifestar a minha indignação com o cinismo das pessoas que insistem em chamar de amor os sentimentos mais abjetos. Afinal, em nome do amor, se mata. E se mata em nome de Deus.

Mas, a palavra "amor", acompanhada dos termos científicos "serotonina" e "dopamina", foi, sem dúvida, o chamariz para que muitos clicassem naquele meu texto.

Outras postagens, remetendo às mesmas questões (saúde, esbelteza, um pouco de beleza e... nenhum esforço.) são "campeãs de audiência".

"Comer pouco faz bem à saúde!, e o planeta agradece.", publicada no dia 25/08/2007: qual teria sido o chamariz que atraiu tantos cliques? Certamente, a palavra "saúde", acompanhada da frase "comer pouco" atrairia a todos que busquem equilíbrio e bem-estar. Atrairia, sobretudo, os maníacos pela boa forma física, pelos corpos esculpidos.

São os métodos milagrosos, de sempre, apenas com roupagem nova, ou meras "palavrinhas mágicas", do tipo "abracadabra", que magnetizam, seja no meu texto, ou em qualquer outro, disponível na Internet.

Modismo da década de 90, o chenical, foi o "abracadabra" da ocasião, prometendo eliminar toda a gordura ingerida, ainda que com algum esforço, em muitas idas ao banheiro.

A pena dos romanos ou o bisturi do cirurgião? comparei, em post do 25/06/2006, a cirurgia bariátrica à pena utilizada, na Roma antiga, para induzir o vômito, em sucessivos banquetes, e ao chenical...

Tudo coisa de bárbaros, tudo muito anacrônico para o século XXI, nada a ver com a "Era de Aquario", com a Era Bill Gates, Steve Jobs, Larry Page...

Outra palavrinha mágica anda na boca do povo, ou das mulheres: o polimetilmetacrilato, usado em procedimentos denominados "bioplastia" e que já fez vítimas entre aquelas que buscam a fórmula da beleza, a qualquer preço. Coitadas, estão com deformidades, com dores, perderam a saúde.

Resumo da ópera: se quiser dar IBOPE, na Internet, é só focar questões "cosméticas", ditas "superficialidades" mas que, de verdade, importam para muita gente, mais que educação, mais que saúde, mas que nutrição... As pessoas estão em busca do amor, daí todo o investimento na aparência, na sedução ao estilo mais convencional, mais de acordo com o apelo publicitário: sorriso de propaganda de creme dental, corpo perfeito, cabelo ao vento lisérrimo... É o fundamentalismo do corpo

E o conteúdo?

domingo, 25 de março de 2012

Controle social... Será?

De alguns anos para cá, fala-se muito em controle social como instrumento de combate à corrupção. Não resta dúvida de que, como contribuinte, como cidadão, todos temos o direito de exercer o papel de fiscalizador.

É fato que, quanto maior a mobilização da sociedade, mais restrito será o espaço de ação do crime organizado contra o Estado. Mas, o dever, a competência indelegável de exercer o controle sobre a gestão pública e da própria administração pública, por meio de seus servidores.

Além do mais, com um sistema educacional tão precário, a maioria, que não está capacitada para compreender e questionar, é presa fácil de promessas e chantagens dos maus políticos. A maioria troca direitos que lhes são assegurados constitucionalmente por "esmolas" e "favores".

Então, cumpre à própria administração, com seu quadro de servidores efetivos razoavelmente remunerados, coibir o desvio de recursos públicos atuando de forma preventiva. Se, por seus instrumentos de trabalho de uso cotidiano, não logra estabelecer um padrão mínimo de decência, é lícito suspeitar que o "mal" tenha se instalado nos núcleos centrais do poder.

sábado, 24 de março de 2012

Corruptos x servidores públicos

Falta o essencial, ao exército de servidores públicos, que tem acesso a um padrão de vida inacessível à maioria da população brasileira. Falta o que sobra aos corruptos: ambição e garra.

Corruptos atropelam as necessidades da sociedade em que se acham inseridos porque são incontentáveis em suas metas pessoais. Já o exército de servidores públicos, satisfeitos na mediocridade, não ousam  exercer o próprio ofício para construir um estado mais justo, que utilize os impostos que arrecada na prestação de serviços de qualidade.

O servidor público, apesar de tantos concursos, tantos anos de estudo, tornou-se um alienado.

Nas empresas privadas, que demitem quando querem, há espaço para discussão, para a discordância.
E na repartição pública? Não haveria? Todos estariam obrigados a compactuar com deslizes e descuidos que abrem portas para o ladrão do dinheiro público?

Por exemplo: no procedimento que antecede a celebração de um convênio que permitirá o repasse de dinheiro público para ONGs, um servidor é, sempre, incumbido de verificar a adequação desse ato, examinando a documentação de habilitação da Instituição e valendo-se de recursos tecnológicos que permitem confirmar dados e refutar qualquer tentativa de burla. A rotina prevê, inclusive, a visita ao local para verificar se a ONG existe, de fato, se tem capacidade técnica para desenvolver a ação que vai beneficiar a clientela mencionada no convênio... Como se explica, então, os escândalos anunciados nos jornais em que ONGs fantasmas receberam dinheiro público?

Ministérios importantes, gestores de orçamentos de vulto, frequentaram o noticiário recente, envolvidos em escândalos com ONGS: o Ministério do Esporteo Ministério do Trabalho  e o Ministério da Educação.

Portanto, muitos deixaram de desempenhar adequadamente o próprio papel, deixaram de realizar as tarefas que justificariam  o recebimento do contra-cheque, no final de cada mês.

Medo de quem? Afinal, todos estão bem aqui, na Capital Federal, tendo a imprensa nos calcanhares dos políticos.  Se, aqui,  não se puder trabalhar adequadamente, em que outra instância e lugar isso seria possível? Só depois que tudo vire caso de polícia? Mas, aí, será tarde demais, o dinheiro já terá "viajado" pra bem longe e as pessoas que, aqui, deveriam ter sido beneficiadas, estarão à míngua, orfãs das ações de competência do estado brasileiro.

Para os que se contentam com tão pouco e não se importam em viver em uma espécie de ilha cercada de violência e de carência por todos os lados, parece que está tudo bem.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Conivência, convivência, covardia, omissão... Será?

Ontem, descrevi minha perplexidade com aqueles que, orgulhosos das próprias trapaças e armações, legam aos filhos, além da fortuna que conseguem amealhar, seus modus-operandi, seu estilo criminoso de viver, de ludibriar...

Sempre retorno ao assunto "corrupção", neste espaço, porque o tema faz parte do meu cotidiano desde que, há mais de quarenta anos, ingressei no Serviço Público Federal, recém saída do segundo grau, depois de ser aprovada em concurso público para ocupar o cargo de contabilista.

Eram os tempos da antiga Inspetoria-Geral de Finanças, que acumulava as funções de administração financeira, contabilidade e auditoria, ainda na época da primeira reforma administrativa, com a publicação do Decreto-Lei 200/67.

Tenho motivos de sobra para me orgulhar de uma vida inteira dedicada a esse trabalho.

Em oposição àqueles que se orgulham, pelo motivo contrário, aqueles que, como eu disse na postagem de ontem, "acham bonito ser feio", estou convencida de que bonito, mesmo, é ser decente.

Lamento, porém, que tantos servidores públicos, com padrão de vida razoável, plano de saúde, boas escolas para os filhos e estabilidade garantida pelo RJU, não se compadeçam do restante da população...

Lamento que esse verdadeiro exército civil se encolha, medrosamente, não se arriscando a desobedecer, a contestar...

Como seria possível a prática tão aberta da corrupção, em ambiente administrativo tão hierarquizado e formal como o das repartições públicas? Eu não entendo.

Então, conjecturo porque a minha experiência me dá uma certeza: cada ato de gestão de recurso público requer muitas assinaturas, em muitas etapas, em níveis diferentes de gerência, cada nível exercendo papel próprio. Eu não acredito que todos se corrompam, que todos façam parte de esquemas... Provavelmente, muitos se omitem, não discutem, não reagem...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Tem gente que acha bonito ser feio...


Alguns fazem da trapaça, da fraude, do estelionato uma profissão que exercem a vida e inteira; enriquecem e, espanto!, legam essa profissão aos descendentes. Essa pseudo-elite é orgulhosa das próprias armações.

É, como dizia um ex-colega de trabalho: tem gente que acha bonito ser feio.

Lembram daquele vídeo da oração da propina? Não é raro que os que praticam crimes ergam as mãos e clamem por bençãos...

No vídeo do último domingo, no Fantástico, vimos que um dos fraudadores discursa e declara, vaidosamente, que ensina aos filhos aquelas regras de "boas maneiras"... Coisa de mafioso, os criminosos, em geral, tem seus códigos de conduta.

É verdade, tem gente que acha bonito ser feio!

Portanto, nós, os outros, precisamos cultivar com disciplina e extrema força de vontade o nosso "manual", contemplar nossa alma e ver a beleza, achar que bonito é ser bonito.

E haja força de vontade para não sucumbir porque somos pisoteados, achincalhados, a toda hora, quando trafegamos no congestionamento, em vias esburacadas, em ônibus superlotados, dependendo de um sistema de saúde deteriorado...

Mas, há recompensa. Não em uma vida além-túmulo mas agora mesmo. A recompensa vem da consciência da própria sanidade mental e do reconhecimento de que essa pseudo-elite está podre, exala, em vida, o mau cheiro da morte. É questão de tempo, serão consumidos pelo próprio egoismo.

Não há futuro para os que não sabem compartilhar em um planeta com recursos cada vez mais reduzidos. Não há espaço suficiente para essas criaturas tão espaçosas.

De algum modo, o fim do mundo já chegou, de modo bem particular, para essa turma de insanos que deixou a vida se esvair, sem viver o que valia a pena, sempre insaciáveis, acumulando o que não serão capazes de usufruir. Não se enxergam, têm orgulho da própria canalhice.

Que tem razão é o Arnaldo Jabour que resumiu esse tipo de comportamento perverso e, ao mesmo tempo, presunçoso, em uma frase brilhante:

"Ninguém diz, de fronte alta: "Eu sou o mal!" Ou: "Muito prazer, Diabo de Oliveira...""...

Precisamos mandar os "Diabo de Oliveira" de volta ao inferno: Bateu? Levou!

terça-feira, 20 de março de 2012

Fim do mundo.

Ontem, passei o dia com a sensação de que precisava lembrar de alguma coisa... Algo importante no dia 19 de março. De repente, lembrei: era o dia de São José, santo de devoção da minha mãe. Ela morreu em 2005, então, tudo é pretexto para ruminar, reviver boas lembranças e lamentar a ausência, lamentar o que poderia ter sido melhor aproveitado, na convivência.

A vida é corrida. Como disse Oscar Niemeyer, é um sopro. Então, tudo se vai, como fumaça, "tudo que se vê não é igual ao que se viu há um segundo" (Lulu Santos).

Mal começou o ano, e cá estamos, no final de março, final do verão, caminhando a passos largos para o segundo semestre.  Nessa marcha, atravessaremos o ano, num relâmpago, rumo a  2013. Isso se vencermos o dia 21 de dezembro, data marcada para o final de tudo.

Segundo o que tenho lido, de escritores místicos (Ou caça-niqueis que aproveitam o misticismo reinante para vender?), não restará pedra sobre pedra: o mundo vai virar de ponta cabeça, literalmente, o polo sul vai virar polo norte (e vice versa); continentes vão submergir; a Atlântida, submersa, ressurgirá. Vulcões adormecidos entrarão em erupção, maremotos, terremotos varrerão a terra... O caós se instalará.

Um fim do mundo bem particular, restrito, que varresse a corrupção, que libertasse os corruptos aprisionados ao vício de roubar...Não seria mal.

Os corruptos são seres ridículos, deploráveis; nos vídeos divulgados no Programa "Fantástico", no último domingo, é explicita a patetice dos entrevistados, tão cientes dos próprios atos, tão seguros de si e da situação que protagonizam. Tamanho é o cinismo dessa gente, tão miseravelmente pobre, que parecem arremedos de palhaços.

Não somos nós, a sociedade, os ludibriados. São eles.
A vida é curta e esses indigentes do amor acreditam estar aproveitando tudo o que podem, em detrimento do próximo, desprezando acintosamente  todos os outros cidadãos.
E justificam os próprios atos, sem o menor pudor, classificando de "ética de mercado" as fraudes e armações que maquinam para dar vazão  a uma ambição desmedida.

Um fim do mundo para eles, com terremotos, vulcões, dilúvio... Que numa fração de segundo, tudo que acumularam com tanto gosto, vire pó.






segunda-feira, 19 de março de 2012

Bullying, assédio moral... Coisa de canalhas (ou de dementes?) Mas, hoje, é dia de São José!


Uma cartilha sobre bullying no sítio do Conselho Nacional de Justiça é orientação importante para pais e professores; mas é útil a qualquer de nós pois o conjunto de atitudes que denominamos de bullying, adotando termo do idioma inglês, também se faz presente no mundo dos adultos, especialmente no mundo do trabalho, onde é identificado como "assédio moral".

O efeito do assédio é tão devastador sobre os adultos quanto é no ambiente escolar. Assim como as crianças, que se se deprimem e abandonam os estudos,  apresentando  distúrbios psicológicos, também o adulto entra em depressão, sofre síndrome do pânico, etc.

E o mais dramático: a vítima desses ataques não consegue se defender pois tudo se faz ardilosamente, a vítima é desqualificada, intimidada, ninguém lhe dá credito. No caso da criança, a ameaça é de dano físico, no caso do adulto, a ameaça é a perda do emprego.

Não se pode confundir bullying com mera brincadeira de criança. Muitas vezes, a brincadeira fica a um passo do bullying ... Os adultos precisam exercer a vigilância. Quem sabe, assim, evitaremos que o adolescente cruel de agora se transforme em futuro assediador.

O assediador não respeita diferenças nem vulnerabilidades, sua vítima é, sempre, um sujeito mais tímido, menos assertivo... O assediador, na minha opinião de leiga, é um doente, um psicopatazinho que se compraz sadicamente com o sofrimento do próximo.

Entre as crianças, é uma brincadeira irresponsável, embora cruel, pois ainda não se aprendeu a medir consequências, não se aprendeu a maquinar, a engendrar... Entre os adultos há, também, a brincadeira odiosa, daquele tipo que humilha e constrange...

Hoje, é dia de São José, pai compreensivo, trabalhador, um chefe de família exemplar. Que os pais de família se mirem nesse exemplo e eduquem seus filhos...Que eduquem verdadeiramente, assim se corta o mal pela raiz; a educação é preventiva  e definitiva na medida em que se valha de verdades eternas: "Não façais ao próximo o que não queres que vos façam".

Afinal, quem gosta de ser humilhado, constrangido, depreciado, xingado de todos os apelidos, quem quer ver ressaltados seus defeitos físicos, seus pontos fracos?

quinta-feira, 15 de março de 2012

Amor...

Postando este Blog desde 2006, sempre com pouquíssimos acessos, acho surpreendente que um único post, escrito em 2008, tenha ultrapassado os 300 acessos. Talvez porque contenha palavras que são motivadoras de pesquisas, no google: amor, dopamina, serotonina. Ou, quem sabe, passei alguma mensagem interessante.

Na dúvida, republico; meus atuais "cinco" leitores merecem conhecer esse best rrrrrrrrrrrrsssssssss
E tem tudo a ver com as duas postagens anteriores. O título do "best", bastante óbvio, é o chamariz:

Amor, serotonina, dopamina

Sinto-me bastante perplexa com a facilidade com que muitos de nós classificam seus distúrbios de personalidade, ou seus instintos biológicos, com uma única palavra, que não faz parte da terminologia médica, mas que, no dicionário, é descrita como um substantivo abstrato utilizado para designar o “mais nobre dos sentimentos”, o amor.

Eu ando bastante enojada do “amor”.

O “amor de mãe”, ultimamente, tem feito muitas vítimas entre criaturas que mal chegaram ao mundo. E a culpa de tudo é do tal do “amor romântico”. Se as mulheres enxergassem a realidade da sua condição, pensariam 1000 vezes antes de se “apaixonar”. Apaixonar-se, para muitas, equivale a negligenciar a si mesma, aos seus planos a ponto de deixar de se proteger para evitar uma gravidez indesejada, uma doença, ou ambas as situações.

A desculpa do “amor” se presta a toda sorte de mesquinharias; trai-se por amor, abandona-se por amor, deixa-se de lado responsabilidades e compromissos por amor... mata-se por amor.
Essa espécie de amor deveria ser repelida, condenada tanto quanto o ódio e outros sentimentos de que não nos orgulhamos. Mas é difícil distinguir; estamos por demais habituados a alimentar nossas vidas com esse mito que criamos em torno do “amor”. A tal ponto que muitos afirmam que precisam “amar” sempre para se sentirem vivos. Mas a que espécie de amor estariam se referindo essas pessoas? Talvez o que falte a elas seja, somente, algum componente da química cerebral responsável pela sensação de felicidade e bem-estar: serotonina, dopamina...nada que a Medicina moderna não possa resolver.

terça-feira, 13 de março de 2012

Yes, we can (Desde que não sejamos "coisificáveis").

Sobre homens que não amam as mulheres, ou mulheres que não amam a si mesmas, a crônica policial é a evidência, todos os dias, em toda parte... monstruosidades são perpetradas e executadas...  Por que tanto ódio?  

Agora, que as mulheres iniciam um processo de ascensão, ombro a ombro com os homens, precisam aproveitar o poder de que já desfrutam e mobilizar esforços para encontrar e remover as causas de tanta violência contra o ser feminino. Psicólogas, psiquiatras, educadoras, professoras, sociólogas...Estudem, pesquisem, investiguem... Mulheres em geral,  e homens que amam as mulheres, protestem!

Mesmo mentes patológicas estariam sob controle se o contexto fosse menos hostil às mulheres.

Se o poder da educação sobre o comportamento das pessoas é indiscutível, as mensagens publicitárias que convertem a mulher em objeto, também são poderosas influências. A publicidade utiliza o corpo feminino como um mero instrumento, associado ao consumo de produtos de toda a categoria. A mulher é desqualificada nessa propaganda, destituída de sua individualidade e humanidade.

Recentemente, a  nomeação de Graça Foster para a Presidência da PETROBRAS, deu origem a vários comentários e piadas desrespeitosas, na Imprensa, sobre a falta de beleza dela. Quando a mulher é bonita e ascende a um posto importante, logo é chamada de "musa"... É uma afronta. E há um problema com as próprias mulheres pois algumas (Ou muitas?) incitam esse comportamento, sentem-se envaidecidas e não percebem que o  preço a pagar por se deixar "coisificar" é  muito caro.

E que categoria de mãe seriam essas mulheres "coisificáveis"?  Como estariam educando seus filhos?

domingo, 4 de março de 2012

Homens que não amam as mulheres; mulheres que não amam a si próprias

De espanto em espanto, de surpresa em surpresa, felizmente ainda me importo, ainda me revolto, não acho tudo normal, natural, apesar das seis décadas vividas...

E, me assombro com o relato da jornalista Ruth de Aquino, publicado na Revista Época deste domingo, sobre os ataques virtuais sofridos pela publicitária Renata Gervatauskas que, simplesmente, exerceu o direito da livre expressão e postou, no blog da Revista, artigo sobre tema do universo feminino. Ela disse: "A gente ainda confunde o instinto materno com a obrigação de cuidar sozinha das crias."

E conseguiu provocar reações masculinas furiosas... Impressionante!

O sugestivo título do artigo de Ruth,  Os homens que não amam as mulheres... (em alusão ao livro e ao filme "Os homens que não amavam as mulheres") me faz pensar que muitas mulheres, que não amam a si próprias suficientemente,  estão alimentando esse odioso comportamento masculino, ainda que involuntariamente. Muitas não vivem para si próprias, vivem para agradar, conquistar, seduzir a platéia masculina, são despersonalizadas, não tem um verdadeiro projeto pessoal. O projeto pessoal delas consiste em ter alguma autonomia financeira para investir na aparência física para agradar um futuro parceiro...

Essas são as inimigas do feminismo, tanto quanto são os homens que não suportam uma mulher que cobre respeito no relacionamento ou que ouse, a qualquer momento, jogar tudo para o alto e partir para outra, simplesmente porque decidiu que não quer mais dividir a vida com aquele parceiro desrespeitoso.

Há cerca de um ano, quando as notícias sobre o desaparecimento de Elisa Salmúdio (ex do goleiro Bruno) inundavam as páginas da Internet e dos jornais, eu me enojei com comentários postados por homens e mulheres que, classificando a morta (?) de prostituta, tentavam justificar os atos odiosos que teriam sido praticados contra ela.

Basta percorrer os comentários postados em noticiários de assassinatos de mulheres por seus ex, lá estará o ódio explicito de homens que se identificam, acham que foi merecido, o castigo... E, lamentavelmente, há mulheres que compartilham...De piranha à vagabunda, são os adjetivos com que se referem às vítimas.  

sábado, 28 de janeiro de 2012

Contudo...

Continua lindo mas... todavia, contudo, porém e outras adversativas...
O mundo pode ser uma bola mas não está com essa bola toda, pelo menos desse lado de cá, nesse território que identificamos como "país do futebol".

Navego por aí e me assombro com o ódio que namorados, noivos, maridos, amantes, nutrem por suas ex-mulheres...E, me assombro com a covardia de pais e outros familiares contra crianças indefesas. As notícias não são boas e a Internet (os jornais, a TV, etc., e etc.) apesar da alegria ensandecida do carnaval, é um mostruário, uma vitrine de horror, de selvageria que não deveria acometer pessoas ditas civilizadas.

Ai, que desânimo, que país é esse?

Mas, tem solução, em curto prazo, bastaria extinguir todos os privilégios e imunidades da classe política a fim de expurgar, desse contexto, todos aqueles que buscam o exercício do poder para a contemplação do próprio umbigo.

Enquanto políticos estão em auto-contemplação, criminosos estão à solta, a educação, em baixa e o caós impera no sistema de saúde.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Feliz ano novo: o mundo mudou para melhor, apesar das más notícias...

O mundo continua lindo!  



As pessoas que, como eu, tem no currículo algumas décadas, frequentemente, iniciam diálogos com a frase "No meu tempo...", enquanto aludem ao que seriam as desvantagens dos dias presentes. E essas desvantagens, quase sempre, estão situadas no campo da moral e da ética.

Além de testemunha dos famosos "bons tempos", todos os que estudaram um pouco mais sabem que a realidade sempre foi dura para os mais pobres, para os mais fracos e para as minorias.

Se não rejeitaram todo o conteúdo de História do Brasil e de História Geral, ministrados no extinto Curso Primário e Ginasial, souberam que a ausência de direitos era a regra, que a tortura era uma prática, que a escravidão era normal já que categorias inteiras de criaturas, tidas por inferiores, ou perdedoras, eram subjugadas pelas nações e grupos mais fortes.

Os que lêem a bíblia sabem que a nação de Israel foi escravizada, ao longo da história, por diversos povos. Mas, dentre esses, a maioria enxerga a questão apenas em sua dimensão religiosa e sequer imagina que a escravidão era uma prática comum, um dos frutos da crueldade humana. Quando assistem, na TV,  notícias sobre o combate ao trabalho escravo,  sobre o tráfico de mulheres e de seres humanos em geral, provavelmente se espantam atribuindo esse fato a sintoma de uma doença do mundo moderno.

As atrocidades cometidas, no presente, em nome de religiões não superam às práticas passadas, em covardia, crueldade e dimensão. Basta lembrar a dizimação da cultura indigena e africana, imposta pela Igreja Católica no continente sul americano. Ou as fogueiras da inquisição, na Idade Média. Ou a prática da lapidação e da crucificação, que muitos ignoram  mas era um castigo corriqueiro.

E o assassinato em família? Era comum. Hoje, quando o noticiário nos defronta com filhos que  matam pais ou irmãos, ou a família toda, por herança, nos escandalizamos. E não é para menos. Mas é um erro acreditar que esse é um mal do mundo moderno. Muito pelo contrário, era um crime frequente em famílias em que se disputava o poder de governar.

E quanto ao mundo da política? Pobres e mulheres não votavam. O voto era restrito a homens que comprovassem uma certa renda... Então, é importante cultivar um otimismo inteligente e apostar em dias melhores sem se deixar contaminar pelo festival de más notícias.