sábado, 21 de abril de 2012

Assédio no STF?!

Como disse a jornalista Ruth de Aquino "Só afortunados jamais tiveram de engolir, no dia a dia da profissão, um chefe arrogante e cruel."

E eu diria à Ruth de Aquino que nós, os negros, somos alvos preferidos porque, com muita frequência, somos vistos e tratados como inferiores.

No último número da Revista Época, a jornalista discorreu sobre o comportamento do "mau lider", personificando-o na figura do juiz Adeildo Lemos de Sá Cruz, do Tribunal de Justiça do Recife, punido por assediar e humilhar os subordinados. Aliás, não é tão raro que membros do Poder Judiciário sejam surpreendidos no ato de assediar o próximo. Quem não se lembra daquele Ministro do STJ que tentou impedir um estagiário de usar um caixa eletrônico, instalado nas dependências daquela Casa, por que ali não seria o "seu lugar"?

Leiam a história absurda, no Blog do Jornalista Noblat.

A surpresa está em constatar que, até no STF, se repita esse padrão: O assédio, dentro do STF, pode? O Ministro Joaquim Barbosa reagiu à altura. Agora, vem o Ministro Marco Aurélio cobrar ordem na casa... Por que não o fez quando Joaquim Barbosa estava sendo importunado por estar afastado, em licença médica?

Mas a literatura sobre o assunto, que eu saiba, não registra caso de assédio entre os que se consideram iguais porque o assédio se caracteriza, exatamente, pela condição de superioridade do assediador, em relação ao assediado, o que lhe permite infernizar subordinados e pessoas que, de alguma forma, se encontrem em situações desfavoráveis, dependentes...

Contudo, no caso do Ministro Joaquim Barbosa, o que transparece, de sua entrevista ao Jornal "O Globo", é que o Ministro Peluzo teria criado situações de constrangimento para um seu igual.

Disse o Ministro Joaquim Barbosa:

 "...quando me afastei por dois meses para tratamento intensivo em São Paulo, questionou a minha licença médica e, veja que ridículo, aventou a possibilidade de eu ser aposentado compulsoriamente. Foi ele quem, no segundo semestre do ano passado, após eu me submeter a uma cirurgia dificílima (de quadril), que me deixou vários meses sem poder andar, ignorava o fato e insistia em colocar processos meus na pauta de julgamento para forçar a minha ida ao plenário, pouco importando se a minha condição o permitia ou não...."

Se os fatos se passaram dessa forma... O que pensar?

E é um fato que, o negro, quando reage a insultos e a brincadeiras desrespeitosas, é chamado de ressentido, complexado... No passado recente, as mulheres que questionassem as limitações que lhes eram impostas eram tratadas como doentes psiquiátricas, histéricas.

O opressor espera que o oprimido se acomode, se sujeite.


   

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