segunda-feira, 16 de abril de 2012

ABRACADABRA, PMMA, ou Bioplastia, ou ...

Comentei, recentemente, a minha surpresa em constatar o grande número de acessos de uma postagem em que o tema que abordei foi o amor, ou melhor, a falta de amor ou, para ser ainda mais precisa, o meu tema consistiu em manifestar a minha indignação com o cinismo das pessoas que insistem em chamar de amor os sentimentos mais abjetos. Afinal, em nome do amor, se mata. E se mata em nome de Deus.

Mas, a palavra "amor", acompanhada dos termos científicos "serotonina" e "dopamina", foi, sem dúvida, o chamariz para que muitos clicassem naquele meu texto.

Outras postagens, remetendo às mesmas questões (saúde, esbelteza, um pouco de beleza e... nenhum esforço.) são "campeãs de audiência".

"Comer pouco faz bem à saúde!, e o planeta agradece.", publicada no dia 25/08/2007: qual teria sido o chamariz que atraiu tantos cliques? Certamente, a palavra "saúde", acompanhada da frase "comer pouco" atrairia a todos que busquem equilíbrio e bem-estar. Atrairia, sobretudo, os maníacos pela boa forma física, pelos corpos esculpidos.

São os métodos milagrosos, de sempre, apenas com roupagem nova, ou meras "palavrinhas mágicas", do tipo "abracadabra", que magnetizam, seja no meu texto, ou em qualquer outro, disponível na Internet.

Modismo da década de 90, o chenical, foi o "abracadabra" da ocasião, prometendo eliminar toda a gordura ingerida, ainda que com algum esforço, em muitas idas ao banheiro.

A pena dos romanos ou o bisturi do cirurgião? comparei, em post do 25/06/2006, a cirurgia bariátrica à pena utilizada, na Roma antiga, para induzir o vômito, em sucessivos banquetes, e ao chenical...

Tudo coisa de bárbaros, tudo muito anacrônico para o século XXI, nada a ver com a "Era de Aquario", com a Era Bill Gates, Steve Jobs, Larry Page...

Outra palavrinha mágica anda na boca do povo, ou das mulheres: o polimetilmetacrilato, usado em procedimentos denominados "bioplastia" e que já fez vítimas entre aquelas que buscam a fórmula da beleza, a qualquer preço. Coitadas, estão com deformidades, com dores, perderam a saúde.

Resumo da ópera: se quiser dar IBOPE, na Internet, é só focar questões "cosméticas", ditas "superficialidades" mas que, de verdade, importam para muita gente, mais que educação, mais que saúde, mas que nutrição... As pessoas estão em busca do amor, daí todo o investimento na aparência, na sedução ao estilo mais convencional, mais de acordo com o apelo publicitário: sorriso de propaganda de creme dental, corpo perfeito, cabelo ao vento lisérrimo... É o fundamentalismo do corpo

E o conteúdo?

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