segunda-feira, 19 de junho de 2006

VIOLÊNCIA, EDUCAÇÃO E SAÚDE

No último final de semana, na Revista semanal do Jornal “O Globo” de 18/06/2006, uma entrevista do psicanalista gaúcho José Outeiral, aborda o tema violência. Ele conclui que a solução é a escola e que os professores devem ajudar crianças e adolescentes a construir a auto-estima para evitar que a construam falsamente pela droga e pela violência: “A escola e a saída para desenvolverem a capacidade de pensar, de sonhar e buscar modelos saudáveis”.

A educação é o alimento essencial na construção da personalidade humana e, também, na construção da saúde física e mental. Mas, infelizmente, parece não existir uma consciência quanto a essa realidade. E não se trata somente de ações na esfera governamental, mas das convicções de cada um de nós.

As estatísticas, inclusive, já revelaram que as crianças cujas mães têm escolaridade mais alta, são mais saudáveis. É obvio que a mãe, de posse de informações sobre nutrição e higiene, torna-se mais capaz, mais preparada para exercer o seu papel.

Entretanto, não existe integração institucional entre saúde e educação embora essa integração seja intrínseca.

A medicina tradicional, da maneira que ainda hoje é praticada, não estabelece o tipo de relação com o paciente em que este seja um receptor de informações, em que deva aprender alguma coisa sobre si mesmo, sobre sua saúde, tanto a física como a mental.

Mas, quando se trata das chamadas terapias complementares, ou alternativas, a história é outra. O indivíduo não é exatamente um “paciente”, mas um sujeito ativo no processo de tratamento. Na Acupuntura, por exemplo, deve responder a um extenso questionário onde é levado a refletir sobre si mesmo, sobre seus hábitos, gostos, temperamento: sente-se melhor no frio ou no calor, é reservado ou expansivo, aprecia o mar ou as montanhas, etc. Na terapia com florais, precisará refletir sobre seus estados emocionais.
Na terapia com cores e aromas, reconhecerá sua identificação com cheiros e tonalidades e aprenderá a perceber a influência que estes exercem sobre si.

Não importa se muitos não acreditam no impacto dos cheiros, cores e luz sobre o nosso humor e saúde; por que de fato impactam. Se passarmos nossos dias encerrados em ambiente cinza e azul, logo ficaremos sem ânimo, depressivos ainda que não sejamos capazes de identificar as causas.

Mas o quanto a escola nos ensina sobre nós mesmos? Aprendemos Geografia, História, Português...e ainda bem que a Filosofia está de volta.

Então, que se concretize a proposta do Dr. José Outeiral, que a escola salve os nossos jovens, e também a nós, porque é nessa dimensão que precisamos ser reconhecidos: “de pensar, sonhar, de buscar modelos saudáveis”.

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