quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Liberdades não tão amplas...

A obesidade do americano revela o quanto vai mal de saúde aquela nação tão próspera! Carências materiais podem não ser tão devastadoras para a saúde global quanto é a abundância, o exagero no consumo. Em entrevista à Revista Veja, em fevereiro de 2006, o Demógrafo americano Paulo Ehrlich, é bastante alarmista na avaliação que faz desse assunto:

“ Com o cenário atual, o mundo pode até suportar durante algum tempo o padrão de vida dos americanos. A chegada de bilhões de chineses e indianos a esse mesmo nível de consumo levará a conseqüências devastadoras para o meio ambiente e para a qualidade da vida na Terra. Será um teste aos nossos limites. ... os governos devem intervir para limitar a venda de produtos cujo consumo excessivo leve a prejuízos para o meio ambiente. Eu começaria pelo aumento dos impostos sobre a gasolina e os itens produzidos à base de petróleo. Impor alguma regulamentação nesse campo é uma questão de sobrevivência da espécie. Em segundo lugar, é preciso que os governos também estimulem os cidadãos a promover uma mudança de hábitos. A redução do desperdício de recursos naturais no dia-a-dia seria um bom começo. Há números impressionantes nesse campo. Em alguns países, mais da metade da água disponível é jogada pelo ralo...”

Penso, imediatamente, no povo cubano e sua cota diária de “ração”, seu acesso restritíssimo ao que quer que se denomine “bens de consumo”. Que tal colocar o Fidel em Manhattan? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Quando relembro o modo como criei os meus filhos, muita sobriedade, muita austeridade, ditada pela necessidade e por informações a que fui tendo acesso na medida em que lutava com doenças alérgicas que acometia dois deles... Que bom que tenha sido obrigada a conviver com certas restrições. Enlatados e refrigerantes nunca freqüentaram a minha dispensa. Iogurtes? Uma vez por mês, nas compras mensais, para acomodar as cobranças deles. Embutidos? Nunca!

Há 15, 20 anos, não havia espaço, como agora, para a discussão dessas questões ambientais e para essa visão de saúde. E qualquer tentativa nessa direção, qualquer discurso era rechaçado, ridicularizado... Quanta coisa mudou em tão pouco tempo! Apesar do alarmismo do Dr. Ehrlich, há muito o que comemorar.

Um comentário:

Carol Arêas disse...

A mudança da mentalidade é muito importante pros novos tempos.

Desde que mudei de país, incorporei novos hábitos. Transporte, só público. Menos um carro para poluir o mundo. Lixo, separo para a coleta seletiva. Alimentos, venho cada vez mais adotando os orgânicos. E, mais recentemente, decidi catar (Quando não é nojento e vejo uma lata de lixo por perto) lixo alheio (http://carolareas.blogspot.com/2007/08/pequeno-gesto.html).

É minha cota de auxílio para a natureza!