domingo, 16 de novembro de 2008

Uma rotina de violência substitui a rotina de estudos

A violência nas escolas virou rotina. Assistimos, na TV, como capítulos de uma novela em que o autor, decidido a conquistar picos de audiência, buscasse surpreender a platéia com cenas cada vez mais impactantes.

Quem diria, a escola, antes um “lugar seguro” em que alunos obedientes à palmatória e a outros castigos humilhantes, pouco ousavam levantar a voz, ainda que o objetivo fosse o de indagar para compreender...

Os métodos antigos funcionaram e, ainda que o preço tenha sido o trauma de muitos, a ordem era mantida. É fácil garantir a obediência e o respeito com a intimidação. O difícil é formar, com esse método, pessoas criativas que pensem com liberdade.

Agora, abolidos os castigos físicos e a intimidação, falta encontrar o caminho capaz de levar crianças e adolescentes a respeitar a escola, os professores, os colegas, a família. No noticiário acerca do episódio na escola de São Paulo, em que os professores se trancaram para se proteger, chamou a minha atenção uma das medidas adotadas, a expulsão, a título de castigo. Sempre estranhei esse “instrumento pedagógico” que consiste, simplesmente, em repassar o problema.

O que falta, de verdade, é dedicar ao tema a atenção merecida. Afinal, entre tantos profissionais da educação, muitos hão de ter belas idéias capazes de reverter esse quadro. Lamentavelmente, a educação é relegada a quinto plano e as escolas públicas estão a um passo do “quinto dos infernos”.

O que não é razoável é se acreditar que a disciplina e o interesse serão alcançados quando são mantidos, nas escolas, os mesmos padrões do século passado, isto após terem sido abolidos os velhos instrumentos de coerção.

Nesta semana, visitei uma escola de 1ª a 6ª e me surpreendi com uma cena bastante lamentável. Uma aluna de cerca de 13 anos se debatia com sintomas cardíacos, estirada em um sofá quebrado, rasgado, na sala da recepção da escola. Eu entrei em busca de informação e lá estava a jovem, exposta, em flagrante desrespeito ao seu direito a um atendimento em espaço reservado , enquanto aguardava o socorro médico.

Uma escola situada em área nobre de Brasília, em plena Asa Sul, sequer dispõe de uma sala para emergências. E na periferia, como será?

Mais um exemplo de violência, em escola do DF, no Blog do Luis Hipólito, do Correio Braziliense.

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