sábado, 10 de dezembro de 2011

Polaridades: quanto mais... quanto menos...

Dois lados da mesma moeda:

Quanto menos educado um povo, mais vulnerável a um messianismo qualquer de um charlatão qualquer...
Quanto menos informados, carentes, vazios são os indivíduos, mais sensíveis a promessas de qualquer natureza;
Quanto mais estreitos os horizontes, menor a  resistência a dificuldades corriqueiras;
Quanto menor o repertório de alternativas, maior a aceitação de saídas pouco dignas;

Quanto mais, quanto menos, situam-se em uma espécie de corda bamba, onde parceiros buscam um pseudo-equilíbrio: o estelionatário e a vítima; vivem em simbiose, alimentam-se mutuamente, dois lados da mesma moeda, opostos que se complementam, feitos um para o outro.

A educação, onde não há espaços para maniqueísmos, pode romper esse ciclo doentio e resgatar "vítima" e criminoso.

Maniqueísmo não é sinônimo de polaridade. A polaridade consiste em enxergar aquilo que está em oposição, como complementar (noite e dia, claro e escuro, frio e quente...) O maniqueísmo, antiga religião Persa fundada por Manes, no século III, enxerga um mundo dividido entre bem e mal. Embora essa antiga religião tenha sido considerada herética, essa visão tem contaminado, sempre, a prática do cristianismo.

No entanto, um pouco de reflexão e, logo, se percebe o engano. O problema é que não somos muito dados à reflexão. E mergulhamos de cabeça no maniqueísmo. E nem lembramos de meditar sobre a "Palavra": Não julgueis para não serdes julgados; com a mesma medida que medirdes medir-vos-ei; quem não tem pecado que atire a primeira pedra... Essas parábolas são a referencia para quantos se digam cristãos, para que compreendam que o mundo não está dividido entre bem e mal.

Muitas igrejas insistem na divisão; porque a segregação  é conveniente aos interesses que defendem, porque, assim, esperam arrebanhar um número maior de fiéis; e as pessoas vão para a igreja e acreditam que, ali estando, passam a integrar a categoria dos bons...Os maus estão lá fora, são os praticantes das outras religiões, são os que não tem religião, são os ateus...São os que optam por viver com mais liberdade, principalmente no terreno sexual, casando, descasando, casando com pessoas do mesmo sexo, fazendo sexo fora do casamento...

Enquanto isso, os "maus" fazem a festa, sem que se saiba onde eles estão: dentro ou fora das igrejas? Dentro e fora das igrejas?
Quem adere a uma igreja visando recompensas materiais, daquelas que são prometidas em púlpitos por aí a fora, ao estilo toma lá, dá cá, seria vítima? Não seria uma espécie de chantagista tentando "comprar" os favores de Deus?

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