segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Que tal avaliar o desempenho das igrejas?

É difícil praticar os ensinamentos cristãos, adotá-los no dia a dia. O caminho requer adesão consciente, atenção, disciplina, a cada momento, em cada impasse. E não prescinde do atendimento de necessidades básicas de saúde, educação e habitação, porque, afinal, vivemos no mundo da matéria. Será que os pregadores tratam o assunto com esse enfoque? Prometem e prometem, sobretudo prosperidade...Riquezas a serem auferidas em futuro próximo,  recompensa pelo que, de antemão, já se tenha doado em dízimos, seja em espécie, seja em bens.

O indivíduo, com poucos horizontes e poucas perspectivas de obter, com o fruto do próprio trabalho, os bens básicos necessários à vida, vira refém dessas promessas. Essa imensa parcela da população, parodoxalmente,  mostra do que é capaz: é com a doação dessas multidões que as igrejas mais poderosas vem construindo verdadeiros impérios. A fé dessas pessoas, efetivamente, traz resultados espantosos.

Uma dessas igrejas logrou, em pouco mais de 10 anos, abrir quatro mil e quinhentos templos. É um fenômeno digno de estudos sociológicos...E o empreendedorismo dos líderes dessas igrejas também merece ser investigado, examinado... Ainda que desfrutem de isenções fiscais que são vedadas aos demais mortais, trata-se de um grande feito porque esses líderes demonstram capacidade de gerenciar muito bem as fortunas que arrecadam.

Está visto, porém, que se trata de assunto pertencente ao plano da matéria e que o apelo espiritual  é, meramente, um recurso de marketing dirigido às massas, verdadeiras responsáveis pela construção desse imenso patrimônio.

As massas, porém, permanecem alijadas dos resultados auferidos, nada lhes é devolvido. Ficarão, eternamente, a espera dos milagres prometidos pela pregação. Com exceção: há pessoas que, por si mesmo, colocando os recursos de suas personalidades, lograrão algum sucesso material. E depositarão, aos pés do templo, parte de seus resultados. E quanto ao resultado espiritual? Será que existe? Essas pessoas, se pudessem ser avaliadas (da mesma forma que o Ministério da Educação avalia os estudantes), o que revelariam, em conduta moral e ética? Será que suas igrejas ganhariam o conceito 5? Do que precisamos, afinal, mais templos ou mais escolas?

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